Bondade é a qualidade correspondente a uma pessoa boa, disposta em não fazer o mal aos outros ou a si mesmo, é aquela que propícia as transformações morais e intelectuais que caracterizam o verdadeiro homem de bem, possibilitando condições melhores ao próximo e a si, sejam elas de forma material, física, social, emocional..
De acordo com a Doutrina Espírita, este homem de bem é aquele que “encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa”, conforme encontramos na obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo " de Allan Kardec, capítulo XVII – Sede Perfeitos.
Em uma entrevista concedida à Radio Boa Nova, a presidente da Instituição Casa do Caminho que socializa moradores de rua na região leste de São Paulo, Lúcia Feliz Zannon, afirma que quando o amor prepondera e está à frente de qualquer atitude, palavra ou pensamento, o resultado é a tranqüilidade íntima, a certeza de ter agido, falado ou pensado da melhor maneira em prol dos mais necessitados
RBN – Em tempos atuais, como identificarmos "o homem" de bem apresentado por Jesus?
Lúcia Félix Zannon – No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, item 3, encontramos um tratado a respeito do “Homem de Bem”. Kardec indica as características essenciais, relacionando atitude e comportamento, para aquele que pretende ser um homem de bem e menciona que “o verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a Lei de Justiça, de Amor e Caridade em sua maior pureza”.
Como podemos fazer da bondade uma qualidade adquirida?
Jesus nos disse que devemos desejar para os outros o que desejaríamos para nós mesmos, ou seja, nos mostrou como devemos praticar a lei de justiça e elegeu como juíza à consciência.
Dentro de algumas leis que regem o universo, como definir a justiça?
Dentro deste quesito encontraremos a justiça humana e a justiça natural. A humana que serve para coibir abusos, garantir direitos e asseverar deveres. Quanto a natural, criada por Deus, é uma lei perfeita. É bússola aferida que nos conduz a respeitar o direito alheio, ainda que não queiramos.
É possível acreditarmos que um dia ser justo será ser benevolente com todos?
No estágio evolutivo que nos encontramos, ainda precisamos promover uma “revolução” interior, modificando defeitos e substituindo egoísmo por caridade, mas não podemos desacreditar que um dia será possível transformar orgulho e vaidade, em humildade, de mudar a rota de nosso comportamento equivocado na metade do caminho. Lembremos: A história está repleta de homens e mulheres que aceitaram a tarefa de modificar a humanidade a partir deles mesmos, que antes ou depois de Cristo, disseram sim a justiça, ao amor e a caridade.
Como podemos entender a caridade?
Caridade é fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem. Como dizia Kardec, devemos praticar a caridade em sua forma mais ampla, por pensamento, palavra e ação. Por pensamento, sendo indulgente com a fraqueza alheia, por palavra, deixando de dizer qualquer coisa que possa prejudicar alguém, por atos, dando o máximo de nossas forças em auxílio ao próximo.
O Espiritismo esclarece que ser um homem de bem é aquele que sabe de suas limitações, mas, que reconhece e aplica suas potencialidades. É aquele que está em movimento constante visando atingir o objetivo maior de sua encarnação – ser e estar melhor hoje do que ontem e muito, muito melhor amanhã do que hoje
FONTE: Lúcia Felix Zannon - Presidente da Instituição Casa do Caminho, Psicóloga pós graduada em Comunicação pela Faculdade Casper Líbero SP.
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