quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
A partida
Voltando á minha história ,eu saí da vila Santa Rosália eu tinha 16anos fui morar em outro bairro próximo da vila.Ali as coisas mudaram muito p/ mim.Deixei um lugar que era um paraíso,pelo menos era como eu via fui para um local também gostoso de morar, mas o meu dia- dia transformou-se, também foi mudando.Durante um ano mais ou menos, a vida estava normal ,mas no decorrer dos meses a historia foi se complicando meus pais já não se entendiam,embora eu já tivesse percebido, achei que iria passar então passou.Veio então a separação, minha mãe saiu de casa levando minha irmã,antes de sair ela me comunicou que iria e que se eu quizesse, eu poderia ir junto.Não aceitei pelo motivo que, ela não me explicou que estava indo morar com outro.Fiquei com meu pai e não foi fácil,eu levantava as5horas da manhã,para fazer o almoço ,arrumar a casa e ir trabalhar num restaurante a quase um quilometro de minha casa.Entrava no meu emprego as oito horas ,e ´saia as vinte horas.Assim ficou um bom tempo,até que meu pai arrumou uma namorada.Apressei meu casamento,eu já estava namorando, e em 1949,me casei.Mais uma vez deixei a vila os meus amigos e fui morar em S.P.Sempre que eu podia eu vinha á Sorocaba visitar meus pais,mesmo estando separados eu ia a casa de um e do outro,ganhei mais irmãs e um irmão.Em maio de1976 voltei á Sorocaba a chamado de meus familiares, meu pai estava internado no hospital na vila Santa Rosália.Os meus sentimentos se misturavam,ansiedade de ver meu pai que estava doente, e de rever a vila estava com saudades.Quando das minhas visitas anteriores, nunca dava tempo de eu ir á vila meu marido estava sempre com pressa.Quando cheguei em Santa Rosália, eu senti um mal estar,parece que uma fada má com seu condão maléfico havia passado por lá,fazendo desaparecer por encanto tudo ficando só a fabrica e o hospital.Tudo havia desaparecido, a ponte de madeira,no lugar, um viaduto de cimento,as casinha sem banheiro, a linha de manobras do trem,agora uma grande avenida.Sumiu o clube, onde eu frequentava, a banda , o jazz de meu pai,a farda branquinha com botões prateado,a igreja pequena a escola a pensão.No meu pensamento passava,a Renata a primeira menina que conheci ali,a A Cida outra amiga,o algodão nos meus cabelos,a chegada do Presidente,dos pracinhas,sem querer eu me refugiava no Paraíso,não queria sair para a realidade.Acordei dos meus devaneios ,quando cheguei ao hospital,onde meu pai acabava de falecer.Nesse dia eu chorei muito, muito,por meu pai, pelo paraíso ,por minha infância.por tudo que eu amava,e passei a pensar no meu pai não como morto mas, ENCANTADO.
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